terça-feira, 21 de setembro de 2010

Revolução Industrial nos dias de hoje

Um dia, estudamos nos livros de história sobre a revolução industrial do início do século XIX que, de uma forma ou de outra, influencia nossas vidas até os dias de hoje. Nela, os meios de produção se modernizaram com a invenção de máquinas (um marco foi o tear), construção de estradas de ferro e outras. Os trabalhadores passaram a realizar trabalhos mecânicos e repetitivos, tudo em nome da produtividade.

Desde o século XIX até os dias de hoje não ocorreram grandes mudanças nos meios de produção, até que no final do século XX foram descobertas novas formas de carbono; os fulerenos e os nanotubos de carbono (as outras formas já conhecidas eram grafite e diamante). Os fulerenos são arranjos de átomos de carbono na forma de “bolas de futebol” enquanto os nanotubos são tubos de carbono com um diâmetro extremamente pequeno, de alguns nanômetros; 1 nanômetro é aproximadamente uma parte do diâmetro de um fio de cabelo dividido em 100.000 (cem mil) partes iguais.

Nesses materiais tão pequenos, a física que conhecemos do dia-a-dia (chamada de mecânica Newtoniana ou clássica) é falha, e os materiais são regidos por uma outra teoria, chamada de mecânica quântica. As novas propriedades descobertas nos nanotubos de carbono (por exemplo, é mais resistente do que o aço!), fizeram os cientistas passarem dias e noites estudando esses materiais pequenos em tamanho, mas de grande importância científica, criando assim o que é conhecido como nanociência. E os estudos sobre esses materiais não nos decepcionaram, eles proporcionaram a comprovação de algumas teorias, e um grande aumento no desempenho dos materiais.

De olho nesses resultados científicos, empresários empenham muito do seu tempo (e do dinheiro também) para tornar seus produtos mais eficientes e, portanto, mais atraentes para o consumidor. Essa é a nova revolução industrial, a revolução da nanotecnologia. Para nós existe uma vantagem, enquanto conhecemos a primeira revolução industrial através dos livros de história, estaremos vivenciando a revolução nanotecnológica, e desfrutando dos benefícios (e da mazelas também) que ela nos trará. Se na primeira revolução industrial a palavra chave foi produtividade, nessa será performance. Por exemplo, os dispositivos eletrônicos serão cada vez menores, mais rápidos e eficientes, e o melhor, consumindo menos energia. No futuro será possível fazer transistores comerciais (dispositivo estratégico na eletrônica moderna) utilizando apenas um nanotubo como “porta” (gate) do dispositivo. Apenas como um exemplo, isso tornará os processadores de computador ainda mais rápidos.

Um estudo da Fundação da Ciência Nacional dos Estados Unidos (USNSF) estima que até 2010 todo o mercado baseado em semicondutores (isto é, praticamente todos os equipamentos eletrônicos que possuímos em casa) estará utilizando a nanotecnologia. Nanotubos de carbono também serão utilizados como emissores de televisores de alta definição. Isso possibilitará que nossas TVs sejam mais finas que uma folha de papel e também flexíveis. Assim, poderemos levar nossa televisão enrolada em uma caneta e assistir aos programas em qualquer lugar (recebendo um sinal de alta definição via satélite).

E não será apenas a indústria de eletrônicos que dependerá da nanotecnologia. Com o desenvolvimento de outros materiais nanométricos a indústria farmacêutica desenvolverá remédios mais eficientes e com menos efeitos colaterais utilizando “drogas inteligentes” que “sabem” que pontos devem ser atacados e que pontos não devem ser atacados dentro do nosso organismo. A nanotecnologia aplicada à medicina permitirá que as cirurgias sejam mais precisas, menos invasivas aos pacientes e com mínimas possibilidades de erro humano. E a lista de potenciais aplicações da nanotecnologia cresce diariamente (provavelmente neste tempo em que você está lendo essa matéria uma nova aplicação tecnológica dos nanomateriais foi desenvolvida). Como exemplos, tintas com melhor poder de recobrimento, sensores de incêndio até 1.000 vezes mais rápidos que os atuais, células solares com maior eficiência de conversão de energia, baterias de celulares que duram até 1 mês sem precisar recarregar, roupas que eliminam os odores ruins do corpo, vidros autolimpantes (tanto nos carros quantos nos edifícios e casas), entre outros.

O setor de cosméticos, que movimenta uma quantidade enorme de dinheiro no mundo e mexe com a vaidade feminina e, mais atualmente, com a masculina também, não ficará atrás. Desenvolverá novos produtos de rejuvenescimento da pele, e sabonetes líquidos de dupla ação: com moléculas que agem na limpeza e outras que proporcionam uma eficiente hidratação da pele. Nunca mais esqueceremos de passar hidratante (bastará tomar um banho)!

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Por: Karolina Hirose

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